quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

POR QUE INFLUENCIAR ATITUDES E COMPORTAMENTOS DOS CONSUMIDORES?

Influenciar atitudes e comportamentos têm demandado grandes esforços das organizações modernas. Face aos constantes investimentos em pesquisa, as empresas descobriram métodos persuasivos, conforme a seguir.
Na área da comunicação, mais especificamente na visão do Marketing, as formas comunicativas disponíveis representam importantes alternativas de persuadir os consumidores.

domingo, 26 de dezembro de 2010

O EFEITO PIGMALIÃO

Efeito Pigmalião (também chamado efeito Rosenthal), é o nome dado em psicologia ao efeito das nossas expectativas e percepção da realidade na maneira como nos relacionamos com a mesma, como se realinhássemos a realidade de acordo com as nossas expectativas em relação a ela.
O poeta romano Ovídio, que viveu no início da era cristã, escreveu sobre o escultor Pigmalião, que se apaixonou pela própria estátua e foi premiado pela deusa Vénus, que lhe deu vida. O polémico dramaturgo irlandês George Bernard Shaw, escreveu sobre esse tema na peça Pigmalião, posteriormente adaptada para o musical My Fair Lady, que retrata a história de uma florista que se transforma em lady porque alguém a viu como tal, fazendo aflorar a lady que já existia dentro dela.

domingo, 19 de dezembro de 2010

FORMAÇÃO DAS IMPRESSÕES

Quem é que nunca ouviu expressões como “a primeira impressão é a que fica” e “não terás uma segunda oportunidade de causar uma primeira boa impressão”?
Num processo de Recrutamento e Selecção para um emprego, a primeira oportunidade de causar “boa impressão” surge na triagem curricular e posteriormente na entrevista.
Como é que o entrevistador formula a sua impressão acerca do seu entrevistado?
Para criarmos uma impressão acerca de outra pessoa, não necessitamos, em geral, de muita informação.
A informação pode obter-se de forma directa, através da interacção, observando o comportamento verbal e não verbal, e de forma indirecta, como, por exemplo, através do “ouvir dizer”. Contudo, frequentemente, basta-nos percepcionar pequenos indícios do seu comportamento para rapidamente nos sentirmos em condições de podermos fazer juízos acerca de uma série de atributos que, supostamente, caracterizam essa pessoa. O facto de não termos observado realmente qualquer desses atributos em nada abala a nossa convicção. E, apesar de uma pessoa poder relevar características diferentes, ou mesmo contraditórias, não hesitamos em criar dela uma impressão unificada.
Formar uma impressão significa organizar a informação disponível acerca de uma pessoa de modo a podermos integrá-la numa categoria significativa para nós.
Quando se trata de primeiras impressões, uma componente fundamental dessa organização é a categoria avaliativa. Embora a avaliação possa ser de tipo afectivo (gostar/não gostar), moral (bom/mau) e instrumental (competente/incompetente), a generalidade da pesquisa sobre formação de impressões tem incidido essencialmente sobre o primeiro e segundo tipo. No entanto, a primeira impressão é mais vasta do que essa primeira reacção avaliativa. Efectivamente, a partir do momento em que fica estabelecida a avaliação positiva ou negativa, e sem mais informação, sentirmo-nos capazes de fazer inferências “óbvias” acerca da inteligência, da integridade, da ambição, do sucesso profissional, etc., da pessoa em causa.
A facilidade com que se tende a ir além da informação específica de que se dispõe revela que esta não é processada no vácuo e que as pessoas utilizam as suas estruturas cognitivas, ou esquemas, para a completarem e tornarem coerente.
De facto, o entrevistador, apenas consegue decifrar e interpretar os estímulos verbais e não verbais relativos à outra pessoa, e ao contexto em que se encontram, com base nos conhecimento que já possui e que incluem representações de traços, de comportamentos, de estereótipos e de situações sociais assim como das suas inter-relações.
Jorge Vala, Maria Benedicta Monteiro (2002), Psicologia Social. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Logo nas primeiras aulas do mês de Janeiro vamos estudar as impressões. Qual é a importância da formação das impressões? Como é que elas se formam? Deixa a tua resposta na caixa dos comentários.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

DESENVOLVIMENTO FETAL

COMPETÊNCIAS BÁSICAS DO BEBÉ

Hoje em dia o bebé é considerado como um ser dotado de natureza activa, desperto para o mundo exterior, e não um ser passivo e absolutamente inapto, como tradicionalmente era concebido. É portador de necessidades que exigem ser satisfeitas e capacidades que têm ser desenvolvidas.
Os bebés nascem com um conjunto de competências e de reflexos que contribuem para a sua sobrevivência e adaptação à vida.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"RAIN MAN"

Este filme prima por uma densa vertente psicológica, espelhando de uma forma brilhante a complexidade do funcionamento das estruturas do cérebro humano, dos processos cognitivos e a sua consequente relação e influência nos diversos comportamentos e acções.
Vislumbramos uma peculiar e enigmática história que une dois irmãos, pelas circunstâncias dramáticas operadas, através da morte repentina do pai e pelas posteriores questões de herança, que em vez de se concentrarem em Charlie, são materializadas em Raymond, o seu irmão mais velho, absolutamente desconhecido para Charlie e que se encontra numa instituição psiquiátrica.
Charlie (Tom Cruise) distingue-se, não apenas pelo seu físico, mas essencialmente, pela sua dimensão profissional, intelectual e um cariz egocêntrico e ambicioso. Em contraste, Raymond (Dustin Hoffman) não é um indivíduo com padrões normais, particularmente no plano cognitivo e social. Ele evidencia Síndrome de Savant, ou seja, é um autista sábio.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O BEIJO NA BOCA

Sinal de estima, de amizade e de afeição, o beijo na boca ocupa desde a Antiguidade um lugar nos ritos de saudação. Mas é sobretudo na Idade Média, nos séculos XI e XII, que adquire um significado público com a homenagem vassalática ou aquando das cerimónias de ordenação dos padres. Essencialmente masculino e elitista, tem então o valor de um selo, de pacto indissolúvel. Ratifica solenemente a entrada numa comunidade.

O beijo na Antiguidade: saudações e amores masculinos

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

UNIÃO DO PAR A LONGO PRAZO

Nesta longa relação, a fêmea e o macho estabelecem o que é conhecido como uma ligação de par. A maior parte das pessoas chamaria a esse interesse mútuo – o desejo constante de permanecerem juntos, a consciência do estado do outro – amor. Quando uma ligação de par se forma entre as aves, por exemplo, os adultos estão a tomar um compromisso verdadeiramente sério um com o outro enquanto trocam atitudes rituais de comportamento, um comportamento a seguir ao outro, em sequência e organizados pelo código genético da espécie. A duração e complexidade dos rituais permitem à fêmea avaliar as qualidades do macho; em virtualmente todos os rituais das aves, por exemplo, há o apanhar simbólico de comida.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

OLHAR À DIREITA!

A Srª S., uma mulher inteligente com cerca de sessenta anos, teve uma trombose que lhe afectou a zona posterior do hemisfério cerebral direito. A inteligência e o humor mantiveram-se perfeitamente preservados mas, às vezes, queixava-se que as enfermeiras se tinham esquecido de pôr o café ou a sobremesa no tabuleiro. Quando lhe diziam que o café ou a sobremesa estavam no lado esquerdo ela não parecia compreender e nem olhava para a esquerda. Se virava ligeiramente a cabeça de forma que a sobremesa lhe aparecesse no campo de visão dizia: “Agora está aqui, mas não estava.” Perdeu completamente a noção de “esquerda”, quer em relação ao mundo quer em relação ao seu próprio corpo. Às vezes queixava-se que lhe dão pouca comida porque só come o que está do lado direito do prato e nem lhe ocorre que o prato também tem um lado esquerdo. Às vezes maquilha o lado direito do rosto deixando o lado esquerdo sem nada.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Clonagem & “O que virá de bom e pior” – Análise do Filme “Godsend”

O mundo do qual emerge as formas biológicas mais complexas, até agora somente e unicamente conhecidas, é o próprio “canto” em que nós habitamos. Esse tal canto, mais do que porção de terra e água, esconde e suporta aquilo que hoje são dos maiores segredos e incógnitas que a humanidade questiona. A divisão entre o que é correcto e consequentemente que é beneficiável e o que não é correcto, logo sendo assim prejudicial, está a começar a ser plantada e estruturada.
O barco que transporta aquilo que é o berço da nossa origem e o que é hoje o que nós somos, revela mesmo à nossa frente a imagem de uma questão ética sem igual. Algo de certo modo invisível, mas indubitavelmente sustentador de uma moeda de duas faces para o futuro imediato.
Tudo começou há cerca de 3,4 milhões de anos, quando ainda o planeta, imaturamente, ainda se encontrava numa fase de crescimento e de diferenciação. A chuva enegrecida era a rotina de cada dia, pelo que água e somente água formava aquilo a que hoje chamamos Terra. Os oceanos formaram-se, e, nas profundezas de estes mesmos desencadearam-se as primeiras reacções químicas que viriam a formar as primeiras formas de vida, as cianobactérias. Estes simples microrganismos de alguma forma, algo de intrinsecamente genético os percutiu, que através de algum processo teriam que continuar a dar azo à vida que se tinha instaurado. Desta forma surgiu um processo, no qual os gastos de energia eram mínimos em relação ao meio a que se apresentavam. A rapidez também pesou na questão…Tinha-se que assegurar a vida! E BUM… Um produto genuíno, um ser igual ao seu progenitor, tanto a nível físico, como genético… Assim nasceu um clone, assim de certo algo modo nasceu a clonagem reprodutiva…
Tal processo chega-nos até aos dias de hoje, tal como aconteceu há milhares e milhares de anos. A maior parte dos seres vivos como espécies, e principalmente as bactérias, presentearam a sua história evolutiva com base na clonagem… Resultado notório…Calcula-se que milhões e milhões de espécies de bactérias ainda estão por descobrir no seu ser…
Sendo tal questão milenar, qual o porquê de tanto alarido em torno da mesma?
O homem conseguiu transpor as barreiras biológicas. Em 1996, o primeiro mamífero foi clonado: Ian Wilmut e a sua equipa conseguiram “trazer” ao mundo a ovelha Dolly.
A transposição do processo em nada deve ser difícil para a forma de vida “racional”. A tentação de abrir a caixa de Pandora é grande. Que perigos ou benefícios esconderá?
O cerne da questão baseia-se de todo numa experiência mental que nós próprios teremos que ter capacidade de a construir. Tal como o filme, “Godsend” nos leva a outro mundo subconsciente onde este método é dado como possível…
Imagine-se então uma sociedade futurista… Uma civilização em que os casais têm o livre direito de optar pelo processo de clonagem reprodutiva, quer por opção, quer por motivos alheios. Infelizmente nesta concepção, nesta sociedade imaginada, os casais sofrem de uma grande taxa de infertilidade muitos perderam os seus filhos quando ainda eram pequenos. Igualmente, animais que outrora eram dados como extintos, têm a possibilidade de voltar á vida…
Sem dúvida alguma que aqueles casais que por motivos de infertilidade puderam obter um filho genética e fisicamente igual a um deles ou a outro indivíduo, trouxe um bem próprio e de certa forma geral. Um sonho tornado realidade, o filho tão querido, surge à vida. Genericamente se fossemos protectores da ideia de que o que interessa no bem da humanidade é o bem-estar das pessoas, sem dúvidas teríamos que dar esta prática como aceite. Contudo temos que olhar para o outro lado humano: estes seres, nesta fisionomia também eram rejeitados e maltratados por um conjunto de pessoas que os achavam algo de inferior. Desta maneira, muitos destes clones, foram alvo de violência e exclusão, muitos perderam a vida devido à euforia de indivíduos extremistas. Parte da mensagem que o filme nos quer transmitir, já que ao longo do mesmo há um medo notoriamente descrito pelos pais, de o seu filho, Adam, ser dado como a sua verdadeira identidade, e consequentemente que seja alvo deste tratamento.
Nestas condições a clonagem, sem dúvida alguma, não poderia ser dada como algo virtuoso, já que haveria seres, tal e qual como nós, com os mais diversos sentimentos, emoções, memória, entre outros, que iriam estar constantemente a ser alvo de atrocidades e maus tratos… Muitos sofreriam sem causa justificável alguma…
Outro inconveniente, pode perfeitamente passar no sentido de que os indivíduos que criaram um ser genética e fisicamente iguais a si nesta sociedade, não suportem ao fim de x anos alguém que possivelmente até nos gostos e crenças eram idênticas a si mesmo. Iriam então surgir sem dúvida alguma, maus tratos em massa… Os abandonos começariam a ser algo normal neste grupo. Os clones passaram a ser brinquedos…Será tal situação eticamente correcta?
Centrando-nos mais objectivamente no caso que nos é apresentado no filme, podemos observar consequências tais e quais como as apresentadas anteriormente, porventura mais questões se podem levantar, respectivamente no foro genético. Imagine-se então, que na nossa experiência mental, na sociedade idealizada, que é possível criar um clone a partir do ADN das células de dois indivíduos que já morreram e que durante a vida deste mesmo clone, este irá reviver e demonstrar os actos e vivências que anteriormente os seus “progenitores” viveram. Tal como já foi referido anteriormente, sem dúvida que a ressuscitação parcial de dois indivíduos iria trazer sem dúvida, uma alegria e bem-estar para as pessoa que o rodeiam, mas também os ditos problemas viriam. Contudo a base do maior problema consistiria nas recordações que este teria da vida anterior: o mal que este cometera, irá fazê-lo igualmente nesta vida, e desta forma, se por exemplo, tal matou uma pessoa na vida anterior, igualmente irá matar nesta nova realidade. Mesmo que seja agora de uma forma inconsciente, matar alguém, seja de que ponto de vista for, é altamente incorrecto. Igualmente porque não pensar, num doutor maluco, o “Doutor X”, que iria recriar figuras do mal, antepassados que mataram milhões e milhões de pessoas e que quase destruíram o mundo. Basta olhar e repensar o que seria Adolf Hitler nesta nova concepção. Em suma indubitavelmente temos a certeza que a recriação do mal, nunca traria um bem geral para a comunidade.
Olhemos por último, para o caso dos animais em vias de extinção, ou mesmo extintos, que puderam voltar à vida. Sem dúvida alguma seria bom reviver ou recuperar algumas espécies, contudo temos que referenciar o factor natureza e ecossistema global. Tudo o que acontece na natureza em nada é por acaso e muitas das extinções ocorrentes, quer a nível natural como por causa humana, foi para restabelecer um sistema em homeostasia. A recuperação destas espécies poderia vir a alterar de forma séria o sistema natural, podendo mesmo levar à sua ruptura. Também podemos pensar novamente no caso do “Doutor X”, em que este deliberadamente decide recria um animal com uma forma de pensar e racionalização superior à nossa, meio animal, meio humano… Possivelmente poderíamos vir a ser dominados por tal organismo…
Concluindo, tudo que escrevi, não passa de uma possível suposição feita na minha mente, do que poderá acontecer se abrirmos a tal dita caixa de Pandora. Tudo ou nada poderá vir a acontecer… A surpresa espera-nos dentro do ovo…

Henrique Aidos nº17 12ºB

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O HOMEM QUE CAIU DA CAMA

Há muito tempo, ainda eu não tinha acabado o curso, uma enfermeira telefonou-me e falou-me de um caso estranho: um jovem tinha dado entrada no hospital naquela manhã. Parecia simpático, normal, e assim esteve todo o dia até há poucos minutos ao acordar. Nessa altura parecia estranho e excitado, nem parecia o mesmo. Tinha caído da cama e estava sentado no chão a vociferar, recusando-se a voltar para a cama. A enfermeira pediu-me para ir até lá e tentar resolver o problema.
Quando cheguei encontrei o paciente sentado no chão ao pé da cama a olhar para uma das suas pernas. No rosto via-se raiva, alarme, espanto e surpresa – principalmente espanto misturado com consternação. Pedi-lhe para voltar para a cama e perguntei-lhe se precisava de ajuda, mas ele pareceu ficar alarmado com a minha sugestão e abanou a cabeça. Sentei-me ao pé dele e fiz-lhe a história clínica sentado no chão. Tinha chegado de manhã para fazer uns testes, não que se sentisse mal, mas os neurologistas achavam que ele tinha uma perna “preguiçosa” (foi exactamente a palavra que usaram) e aconselharam-no a fazer testes. Tinha-se sentido bem todo o dia e adormecera pelo fim da tarde. Quando acordou também se sentia bem, até ao momento em que se mexeu. Foi então que descobriu, como ele próprio disse, que havia na cama “uma perna de outra pessoa” – uma perna humana, uma coisa terrível! A princípio ficou paralisado de espanto e nojo. Nunca lhe tinha acontecido nada assim, nunca havia imaginado nada tão horrível. Tocou na perna com cuidado. Parecia perfeita mas “estranha” e fria. Nessa altura percebera tudo: era uma partida! Uma partida monstruosa e imprópria mas muito original. Estávamos na véspera de Ano Novo e todos celebravam a data. Metade do pessoal tinha bebido demais, voavam gracejos e bombinhas, uma cena de Carnaval. Era óbvio que uma das enfermeiras, com um sentido de humor macabro, se esgueirara até à unidade de dissecação, roubara uma perna e tinha-a posto debaixo dos seus lençóis enquanto ele estava a dormir. Ficou aliviado com esta explicação mas achou que a brincadeira tinha ido longe de mais e atirou aquela coisa da cama abaixo. Mas (e ao contar isto começou a temer e a ficar pálido) quando a atirou da cama abaixo foi arrastado atrás e agora aquilo estava agarrado a ele.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ÁREAS CEREBRAIS


No século XIX os neurologistas Paul Broca, em França, e Carl Wernicke, na Alemanha, cativaram a atenção do mundo da medicina com os seus estudos de doentes neurológicos com lesões cerebrais. Isoladamente, tanto Broca como Wernicke defendiam que os danos sofridos numa zona do cérebro perfeitamente delimitada era a causa das perturbações da linguagem recém-adquiridas nesses doentes. A perda total ou parcial da linguagem tornou-se conhecida tecnicamente por afasia. As lesões sustentavam Broca e Wernicke, estavam consequentemente a revelar os fundamentos neurais de dois aspectos diferentes da linguagem nos seres normais. As suas teses eram polémicas e não mereceram uma aprovação imediata mas o mundo escutou. Com alguma relutância, e, com muitas emendas, foram sendo um pouco reconhecidas.
DAMÁSIO, ANTÓNIO, O Erro de Descartes – Emoção, Razão e Cérebro Humano, 1995. Lisboa: Círculo de Leitores, p. 36

Iremos estudar nas próximas aulas as consequências de algumas lesões cerebrais. A afasia é uma dessas lesões. Tenta ver o significado de afasia e deixa a tua resposta na caixa dos comentários.

sábado, 9 de outubro de 2010

A AGRESSIVIDADE E A HEREDITARIEDADE

Como o resto da população consiste em indivíduos, cada um tentando maximizar o seu próprio sucesso, a única estratégia que persistirá será aquela que, uma vez desenvolvida, não possa ser superada por nenhum indivíduo divergente.
A fim de aplicar esta ideia à agressão considere o leitor o seguinte caso. Suponha que existem apenas dois tipos de estratégias de luta numa população de uma espécie particular, a estratégia do falcão e a do pombo (os nomes referem-se às metáforas humanas e não têm ligações com os hábitos das aves de onde os nomes são tirados: os pombos, de facto, são aves bastante agressivas). Qualquer indivíduo da nossa população hipotética é classificado como falcão ou como pombo. Os falcões lutam sempre o mais dura e agressivamente que podem, retirando-se só quando seriamente feridos. Os pombos limitam-se a ameaçar de uma maneira convencional, nunca ferindo o outro. Se um falcão lutar com um pombo, o pombo fugirá rapidamente e, assim, não será ferido. Se um falcão lutar contra outro falcão, a luta prosseguirá até que um deles fique seriamente ferido ou morra Se um pombo encontrar outro pombo, ninguém se magoará; ameaçar-se-ão mutuamente durante muito tempo, até que um deles se canse ou decida não importunar mais o outro,, retirando-se. Por enquanto admitimos que não existe nenhuma maneira pela qual o indivíduo possa saber, antecipadamente, se um determinado rival é um falcão ou um pombo. Ele só descobre isso ao lutar com ele e não tem qualquer recordação e lutas passada com outros indivíduos que o guie.

domingo, 3 de outubro de 2010

TEREMOS RAZÕES PARA NOS INQUIETARMOS?

Por que razão nos devemos preocupar com a biotecnologia? Alguns críticos, como o activista Jeremy Rifkin, e muitos ambientalistas europeus, têm-se oposto totalmente às inovações da biotecnologia. Quando se têm em conta os benefícios para a medicina que resultam dos progressos antecipados neste domínio, assim como do aumento da produção e da redução no uso de pesticidas resultantes da biotecnologia agrícola, este tipo de oposição formal torna-se difícil de justificar. A biotecnologia coloca-nos perante um dilema moral muito particular, uma vez que todas as nossas reservas quanto aos progressos nesta área não podem deixar de ter em consideração as suas vantagens potenciais.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

PARECER Nº 48 DO CONSELHO NACIONAL DE ÉTICA PARA AS CIÊNCIAS DA VIDA

PARECER SOBRE CLONAGEM HUMANA
(Abril de 2006)
A reflexão do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) sobre “clonagem humana” foi de iniciativa própria e no exercício das suas competências, ao abrigo da alínea a), do número 1, do artigo 2º, “Competência”, da Lei n.º 14/90 de 9 de Junho.
Assim, e tendo em consideração
  • o sentido da reflexão desenvolvida pelo CNECV designadamente nos Pareceres 44/CNECV/04, sobre “Procriação Medicamente Assistida”, e 47/CNECV/05, sobre “Investigação em Células Estaminais”;
  • as elevadas expectativas relativamente às potencialidades presentes e futuras da clonagem humana;
  • o vultuoso investimento em recursos humanos e financeiros no domínio da investigação em clonagem;
  • o interesse da sociedade em acompanhar e intervir no debate sobre a clonagem humana;
  • a oportunidade de contribuir com uma reflexão ética alargada para a necessária regulação interna da clonagem humana e para a tomada de posição nas instâncias internacionais; e ainda, atendendo a que
  • a clonagem pode ser concretizada através de técnicas várias que tendem à replicação de estruturas biológicas, quer a finalidade seja reprodutiva, quer seja a de investigação biomédica;
  • a clonagem humana por transferência nuclear somática com finalidade reprodutiva não está cientificamente testada, existindo dúvidas quanto à sua exequibilidade;

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O DESTINO ESTÁ ESCRITO NA BIOLOGIA?

A ligação entre o estudo da hereditariedade humana e a ideologia nazi é bem conhecida: a eugenia, o aperfeiçoamento da raça humana através de meios biológicos, tem estado sempre próxima dos extremos políticos, tanto à direita como à esquerda. Há muita gente que gosta de utilizar a história da Genética para censurar os seus planos para o futuro. Esses planos – bebés feitos de acordo com a concepção do projectista, esterilização eugénica, classificação racial – são mais imaginados do que reais. A maior parte dos que estudam a hereditariedade têm a noção das limitações da sua matéria e não vêem qualquer motivo para a defender de acusações ultrapassadas. (…)
Contudo, até mesmo para aqueles que não são declaradamente racistas, os genes são cada vez mais responsáveis pelo destino. A morte parece, cada vez mais, estar programada no nosso próprio ser. Os genes matam as pessoas; e dois em cada três leitores destas páginas morrerão por motivos relacionados com o que herdaram. É possível que em breve seja possível prever a data provável da morte de um bebé pouco depois do seu nascimento.
Para alguns, tudo isto ameaça a autonomia humana. Se tudo estiver codificado no ADN, o que resta ao livre arbítrio? Se o homem não passar de um macaco glorificado, onde está a alma? De facto, se a sociedade não for mais que um mecanismo para garantir que os genes sejam transmitidos, que espaço há para o bem e para o mal? Até mesmo os que não estão interessados nestas ideias abstractas se preocupam com o facto de a Biologia estar a tirar o mistério às suas próprias vidas.

JONES, Steve, Deus, Genes e o Destino - na massa do sangue, 1ª edição, 1999. Lisboa: Publicações Europa-América, pp. 9-11

Se tudo estiver codificado no ADN, o que resta ao livre arbítrio? Deixa a tua resposta na caixa de comentários.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

TRABALHO DE GRUPO - A GENÉTICA

PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Propõe-se que os grupos de trabalho desenvolvam o tema “A genética” a partir do plano de desenvolvimento que se segue. 

Objectivo geral
Compreender as capacidades genéticas do ser humano.

Objectivos de aprendizagem/conteúdos
Caracterizar os agentes responsáveis pela transmissão das características genéticas: cromossomas, genes e ADN
Explicar as influências genéticas e epigenéticas no comportamento: genótipo e fenótipo
Aplicar os conceitos aprendidos ao processo de clonagem, podendo discutir as questões éticas associadas.

Recursos
Manual (pp. 17-36)
No CD-ROM existem 23 textos de apoio relacionados com o tema
Textos:
“Sequencialização do genoma humano revolucionou a biologia” (Livro do professor, p.24)
“Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida” (Livro do professor, p. 25) - estes textos encontram-se no Moodle.
Dossier do aluno: ficha nº 3 (p. 9); ficha nº 5 (p. 13)
Outros recursos: pesquisa na Internet e em livros e em manuais de psicologia
Pessoas e Instituições
Vídeos e CD-ROM

Gestão de tempo
5 tempos lectivos
3 tempos para o desenvolvimento do trabalho de grupo
1/2 para a apresentação dos trabalhos

Divisão das tarefas e monitorização do trabalho
Um aspecto importante de um trabalho de grupo é a divisão participada e empenhada das tarefas. Esta actividade em grupo implica muito empenho no trabalho fora das aulas. Nas aulas, o grupo deve discutir as conclusões a que cada um chegou, fazer sínteses, esclarecer dúvida entre s e junto do professor. Cabe ao grupo assegurar a participação efectiva de todos os elementos na realização do trabalho em todas as suas fases de desenvolvimento.
Em cada aula o professor ouvirá o balanço feito por cada grupo (pode pedi-lo por escrito) e orientará os alunos, acompanhando as várias fases do desenvolvimento do trabalho.

Apresentação dos trabalhos
Cada grupo apresenta um trabalho escrito, onde também deve constar o registo das fontes de consulta (com a identificação correcta) e outros recursos, bem como um balanço sobre o trabalho desenvolvido.
Cabe a cada grupo decidir a forma a que vai recorrer para fazer a apresentação do trabalho à turma.

Avaliação
A avaliação do grupo terá em conta:
O trabalho escrito
A apresentação oral
O empenho e responsabilidade demonstrados nas sessões de trabalho na aula.
A avaliação do trabalho terá em conta os seguintes parâmetros:
Rigor científico e utilização de conceitos específicos de forma adequada.
Cumprimento dos objectivos de aprendizagem fixados.
Aplicação dos conhecimentos aos conteúdos reais de existência dos membros do grupo.
Utilização das tecnologias de informação.
Criatividade e inovação.