segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

RAÇA E RACISMO



Diga-se, as diferenças físicas entre as pessoas são evidentes: qualquer indivíduo está marcado pela sua origem. Mas a prática racista começa quando se fixam as diferenças a etnotipos: toma-se a noção de raça como um dado adquirido (que acabámos de contestar), e associam-se características físicas a um modo de comportamento, a qualidades morais ou a capacidades intelectuais que seriam específicas de uma população (o absurdo que queremos demonstrar).
O slogan do racismo? “No rosto está estampado o interior.”

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O HOMEM QUE CAIU DA CAMA



Há muito tempo, ainda eu não tinha acabado o curso, uma enfermeira telefonou-me e falou-me de um caso estranho: um jovem tinha dado entrada no hospital naquela manhã. Parecia simpático, normal, e assim esteve todo o dia até há poucos minutos ao acordar. Nessa altura parecia estranho e excitado, nem parecia o mesmo. Tinha caído da cama e estava sentado no chão a vociferar, recusando-se a voltar para a cama. A enfermeira pediu-me para ir até lá e tentar resolver o problema.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

HEREDITARIEDADE E MEIO



Imaginemos, no que respeita à inteligência, que o genótipo de uma criança indica a predisposição para ter uma inteligência média.
Suponhamos que alguns cenários possíveis de desenvolvimento da criança. Comecemos por supor que cresce e é educada num meio económica e culturalmente pobre e intelectualmente muito pouco estimulante: os pais ignoram a criança e o meio é muito carenciado quanto a livros e outros instrumentos de aprendizagem. A criança, dadas as limitações do seu meio, provavelmente desenvolverá uma inteligência abaixo da média.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

DARWIN – EVOLUÇÃO E SELEÇÃO NATURAL



Até Darwin, a teoria aceite para explicar a diversidade dos organismos vivos era a da criação especial divina, isto é, a ideia de que Deus tinha criado os seres vivos tal como existem atualmente. No entanto, as descobertas geológicas e biológicas da época foram dando origem ao sentimento de que esta teoria era insatisfatória e, mesmo antes de Darwin, houve quem defendesse que as espécies não são fixas, evoluem. Um dos primeiros a defender a evolução das espécies foi o próprio avô de Darwin, Erasmus Darwin (1731-1802). Este pensava que as espécies atualmente existentes nem sempre tinham existido e que outras existentes no passado tinham entretanto deixado de existir e, para explicar a mudança, propôs uma teoria idêntica à proposta mais ou menos na mesma altura por Jean-Baptiste de Lamarck (1744-1829) e que ficou conhecida por lamarckismo. De acordo com essa teoria, os seres vivos adquirem durante a vida certas características que transmitem depois aos descendentes. O lamarckismo nunca foi suficientemente convincente para ter aceitação geral e, no tempo de Darwin, a maior parte dos biólogos, geólogos, etc., incluindo o próprio Darwin, pensava que o criacionismo era verdadeiro. O primeiro acontecimento a contribuir para que tudo isto mudasse foi a viagem que Darwin realizou, em 1831, a bordo do navio HMS Beagle. O Beagle tinha por missão estudar a costa sul-americana. Darwin foi convidado a participar na viagem na qualidade de naturalista de bordo e, nos cinco anos que durou a expedição, teve a oportunidade de estudar atentamente espécies e habitats completamente desconhecidos na Europa. De tudo o que viu, nada intrigou mais Darwin do que os animais das Ilhas Galápagos – um conjunto de ilhas ao largo da costa sul-americana com uma fauna muito diferente da fauna desse continente e suficientemente afastadas umas das outras para que as espécies de uma ilha pudessem comunicar com as de outra ilha. Os tentilhões, em particular, chamaram a atenção de Darwin. Estas aves diferem de ilha para ilha, perfeitamente adaptadas ao habitat de cada uma delas, com, por exemplo, bicos diferentes consoante o alimento dominante fosse sementes, frutos ou insetos. Para Darwin, a única explicação plausível para este fenómeno passava por admitir que os animais evoluíam de modo a adaptar-se às condições do seu habitat.