sábado, 11 de fevereiro de 2017
















 STANLEY MILGRAM
(Nova Iorque, 1933-1984)  
Psicólogo norte-americano que se dedicou, sobretudo, ao estudo do conformismo e da obediência. Depois de colaborar com Salomon Asch nas suas investigações sobre  a conformidadade, Milgram, desenvolveu a célebre e polémica "experiência de Milgram" sobre  a obediência. Esta experiência permitiu identificar alguns fatores que explicam este tipo de comportamento. Segundo algumas fontes, esta investigação foi suscitada pelo facto de alguns membros das forças militares e políticas nazis justificarem os seus crimes durante o holocausto dizendo que estavam apenas a cumprir ordens.
(Manual adotado - Psicologia em Ação)

O filme: Experimenter, (E.U.A, 2015) faz uma análise à experiência de Milgram. Questiona como é que seres humanos civilizados participam em atos humanos destrutivos. Milgram demonstrou a tendência humana para não resistir às exigências da autoridade, mesmo sabendo que estas são incorretas ou éticamente condenáveis. O indivíduo submete-se à autoridade e ao fazê-lo desliga-se das suas ações, definindo-se como um instrumento que realiza os desejos dos outros. (Ficha de trabalho sobre o filme - Areal Editores.

domingo, 27 de novembro de 2016

MARCADOR SOMÁTICO

Os marcadores somáticos são um caso especial do uso de sentimentos que foram criados a partir de emoções secundárias. Estas emoções e sentimentos foram ligados, por via da aprendizagem, a certos tipos de resultados futuros ligados a determinados cenários. Quando um marcador somático negativo é justaposto a um determinado resultado futuro, a combinação funciona como uma campainha de alarme. Quando ao invés, é justaposto um marcador somático positivo, o resultado é um incentivo.

Os marcadores somáticos não tomam decisões por nós. Ajudam o processo de decisão dando destaque a algumas opções, tanto adversas como favoráveis, e eliminando-as rapidamente da análise subsequente.

 ANTÓNIO DAMÁSIO, O Erro de Descartes, 1994 - Publicações Europa - América

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

SENSAÇÃO E PERCEÇÃO










Enquanto a sensação diz respeito ao modo como os orgãos sensoriais captam os estímulos e aos mecanismos que permitem que essas informações sejam transmitidas ao cérebro, a perceção refere-se ao processamento posterior da informação sensorial cujo  resultado são as representações ou construções mentais dos estímulos. A perceção corresponde, assim, ao processo que nos permite, por exemplo, olhar para uma fotografia e, mais do que formas e cores, reconhecer pessoas importantes nas nossas vidas, atribuir sentido e significado a um pôr de sol no  verão, a uma composição musical e até mesmo à nossa comida favorita.

Psicologia B - Nós, Catarina Pires e Sara Brandão. Areal Editores

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

OLIVER SACKS











OLIVER SACKS, (1933 - 2015), era natural de Inglaterra onde se formou em medicina. Emigrou para os EUA na década de 1960. Aí exerceu medicina e lecionou neurologia em diferentes escolas norte-americanas. Autor de vários livros, alguns deles escritos a partir da sua experiência pessoal e profissional, descreveu com impressionante mestria a realidade mental dos doentes neurológicos.

" Quando as pessoas morrem não podem ser substituídas. Deixam buracos que não podem ser preenchidos, porque é o destino de todo o ser humano - o destino genético e neurológico - ser um indivíduo único, encontrar o seu próprio caminho, viver a sua própria vida, morrer a sua própria morte".
Fevereiro de 2015. Faleceu meio ano após esta declaração.

domingo, 16 de outubro de 2016

Plasticidade e aprendizagem

A função vicariante é um bom exemplo da enorme plasticidade do cérebro humano, isto é, da sua enorme capacidade de reorganizar as redes neuronais ao longo do tempo em função das necessidades e dos estímulos do ambiente que nos rodeia.
Desde os anos 40 do século passado que especialistas como o canadiano Donald Hebb e o polaco Jersey Konorski têm vindo a defender que a aprendizagem e a memória se repercutiam em alterações nos neurónios envolvidos nessas tarefas cognitivas. Posteriormente, diversas pesquisas científicas acabaram por demonstrar que, de facto, o exercício provoca modificações nas células nervosas, o que leva a supor a possibilidade de, através de novas aprendizagens, ampliar a massa encefálica envolvida nesses processos.

Psicologia em Ação, Domingos Faria, Luís Veríssimo e outros, Editora Asa. (Manual adotado)

sábado, 8 de outubro de 2016

O Papel das áreas pré - frontais

TONY TASSET, Olho Gigante, Chicago, EUA


O Papel das áreas pré-frontais

"A área pré-frontal ou córtex -frontal, situa-se na secção anterior do lobo frontal. Trata-se de uma estrutura recente do ponto de vista evolutivo.
É do correto funcionamento desta área que dependem o pensamento abstrato, a imaginação, a consciência reflexiva, a capacidade de tomar decisões e prever as suas consequências, de construir e utilizar sistemas simbólicos, designadamente a linguagem e outros códigos facilitadores da comunicação.
Cabe-lhe ainda o papel de conservar a nossa identidade, permitindo-nos uma constância em termos de personalidade, bem como a possibilidade de organizar e fazer funcionar as instituições, elaborar leis, estabelecer formas equilibradas de relacionamento entre pessoas e grupos, compreender e interiorizar padrões éticos, essenciais para o controlo dos comportamentos necessários à vida em sociedade.
Todo o progresso e conforto material e espiritual da humanidade se deve à intervenção desta área. É graças à sua atividade que os seres humanos se têm dedicado à especulação abstrata e, consequentemente, têm podido dar corpo a obras-primas a nível da literatura e da arte e fazer assombrosas descobertas a nível da ciência e da técnica.
Apesar disso, não podemos deixar de constatar que este extraordinário potencial também tem possibilitado algumas das maiores atrocidades da história da humanidade, como por exemplo, o genocídio, a guerra, a escravatura, a tortura e a morte de inocentes."

Psicologia em Ação - 12º Ano, Luís Veríssimo, Domingos Faria e outros


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O CASO DOS GÉMEOS SUSPEITOS DE CRIME

Dois gémeos idênticos são suspeitos de vários crimes de violação em Marselha (França). Mas, como têm o ADN igual, nem os testes os distinguem. Qual será o culpado? Serão os dois culpados? É um dos maiores quebra-cabeças com que a Justiça alguma vez se deparou. (…)
O caso é o seguinte: entre setembro de 2012 e janeiro deste ano, houve seis violações num bairro daquela cidade. O culpado está identificado e preso. O culpado? Não, os culpados, embora tenha sido só um a praticar os crimes. Ou terão sido os dois?
(…) O problema é que os crimes aconteceram efetivamente e os principais suspeitos são dois irmãos gémeos idênticos de 24 anos, identificados apenas como Elwin e Yohan. Os indícios colhidos no corpo das vítimas – sémen do criminoso, cabelos, sangue – atestam a identidade do violador. Mas, mesmo tendo ambos sido presos em fevereiro, o problema mantém-se: a qual deles pertence estes indícios? A solução parece óbvia: façam-se os infalíveis testes de ADN. O problema é que os gémeos monozigóticos (ou idênticos) partilham o ADN em 100%. Ou seja, eles são iguais até a um nível microscópio.
O verdadeiro culpado (ou culpados, caso tenham sido os dois os autores dos crimes, o que também é possível) só poderá ser descoberto por testes genéticos mais afinados. A polícia francesa avança que os testes clássicos aplicados à ciência forense seriam insuficientes e uma verificação mais exaustiva pode custar um milhão de euros, avança a BBC em linha a propósito do caso.
Alguns peritos, entretanto, chegaram-se à frente. Um dos grupos, citados pela revista especializada Popular Science, recorda um caso semelhante ocorrido no Michigan (EUA) em, 2004. Na altura, a polícia teve de recorrer a um laboratório ultraespecializado para poder detetar mutações genéticas que distinguissem este par de gémeos. Mas não conseguiram e não houve condenações. (…)
De qualquer modo, outros especialistas indicam que estudos que analisassem algumas marcas químicas do ADN poderiam ir mais longe, tendo em conta que os gémeos são expostos a diferentes condições do meio logo após o nascimento. Mas este método teria de ser combinado com uma sequencialização completa do genoma de Elwin e Yohan, o que custaria, não o milhão de euros estimados, mas alguns milhares. O problema ia dar sempre ao mesmo beco sem saída: não haveria garantias, no fim, de conseguir distinguir os gémeos um do outro. Mais uma vez, não haveria a certeza de se “acertar no alvo”, pois ninguém sabe ao certo, á partida, quais são os tecidos onde se podem encontrar as mutações. E \um estudo aprofundado exigiria que se analisasse um grande número de tecidos nos dois suspeitos.
Sem certezas na metodologia a aplicar, estes testes ainda não oferecem a segurança necessária para poderem ser usados em tribunal. Outro caso, este sem a gravidade de um ataque sexual, foi um assalto levado a cabo por um dos elementos de gémeos em Berlim (Alemanha) em 2009. Os testes de ADN levaram, mais uma vez, ao clássico beco sem saída. Eles não se distinguem. O desfecho foi o mesmo do caso norte-americano de 2004, não houve condenações, na dúvida de se levar à cadeia o gémeo inocente. No fim, como sempre, quem riu por último riu melhor. Um dos irmãos declarou, jocoso: “Estamos orgulhosos do sistema legal alemão”.

NABAIS, R., “ADN: o que fazer perante gémeos suspeitos de crime?”

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

RAÇA E RACISMO



Diga-se, as diferenças físicas entre as pessoas são evidentes: qualquer indivíduo está marcado pela sua origem. Mas a prática racista começa quando se fixam as diferenças a etnotipos: toma-se a noção de raça como um dado adquirido (que acabámos de contestar), e associam-se características físicas a um modo de comportamento, a qualidades morais ou a capacidades intelectuais que seriam específicas de uma população (o absurdo que queremos demonstrar).
O slogan do racismo? “No rosto está estampado o interior.”

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O HOMEM QUE CAIU DA CAMA



Há muito tempo, ainda eu não tinha acabado o curso, uma enfermeira telefonou-me e falou-me de um caso estranho: um jovem tinha dado entrada no hospital naquela manhã. Parecia simpático, normal, e assim esteve todo o dia até há poucos minutos ao acordar. Nessa altura parecia estranho e excitado, nem parecia o mesmo. Tinha caído da cama e estava sentado no chão a vociferar, recusando-se a voltar para a cama. A enfermeira pediu-me para ir até lá e tentar resolver o problema.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

HEREDITARIEDADE E MEIO



Imaginemos, no que respeita à inteligência, que o genótipo de uma criança indica a predisposição para ter uma inteligência média.
Suponhamos que alguns cenários possíveis de desenvolvimento da criança. Comecemos por supor que cresce e é educada num meio económica e culturalmente pobre e intelectualmente muito pouco estimulante: os pais ignoram a criança e o meio é muito carenciado quanto a livros e outros instrumentos de aprendizagem. A criança, dadas as limitações do seu meio, provavelmente desenvolverá uma inteligência abaixo da média.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

DARWIN – EVOLUÇÃO E SELEÇÃO NATURAL



Até Darwin, a teoria aceite para explicar a diversidade dos organismos vivos era a da criação especial divina, isto é, a ideia de que Deus tinha criado os seres vivos tal como existem atualmente. No entanto, as descobertas geológicas e biológicas da época foram dando origem ao sentimento de que esta teoria era insatisfatória e, mesmo antes de Darwin, houve quem defendesse que as espécies não são fixas, evoluem. Um dos primeiros a defender a evolução das espécies foi o próprio avô de Darwin, Erasmus Darwin (1731-1802). Este pensava que as espécies atualmente existentes nem sempre tinham existido e que outras existentes no passado tinham entretanto deixado de existir e, para explicar a mudança, propôs uma teoria idêntica à proposta mais ou menos na mesma altura por Jean-Baptiste de Lamarck (1744-1829) e que ficou conhecida por lamarckismo. De acordo com essa teoria, os seres vivos adquirem durante a vida certas características que transmitem depois aos descendentes. O lamarckismo nunca foi suficientemente convincente para ter aceitação geral e, no tempo de Darwin, a maior parte dos biólogos, geólogos, etc., incluindo o próprio Darwin, pensava que o criacionismo era verdadeiro. O primeiro acontecimento a contribuir para que tudo isto mudasse foi a viagem que Darwin realizou, em 1831, a bordo do navio HMS Beagle. O Beagle tinha por missão estudar a costa sul-americana. Darwin foi convidado a participar na viagem na qualidade de naturalista de bordo e, nos cinco anos que durou a expedição, teve a oportunidade de estudar atentamente espécies e habitats completamente desconhecidos na Europa. De tudo o que viu, nada intrigou mais Darwin do que os animais das Ilhas Galápagos – um conjunto de ilhas ao largo da costa sul-americana com uma fauna muito diferente da fauna desse continente e suficientemente afastadas umas das outras para que as espécies de uma ilha pudessem comunicar com as de outra ilha. Os tentilhões, em particular, chamaram a atenção de Darwin. Estas aves diferem de ilha para ilha, perfeitamente adaptadas ao habitat de cada uma delas, com, por exemplo, bicos diferentes consoante o alimento dominante fosse sementes, frutos ou insetos. Para Darwin, a única explicação plausível para este fenómeno passava por admitir que os animais evoluíam de modo a adaptar-se às condições do seu habitat.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O CASO ELLIOT



António Damásio, diretor do departamento de neurobiologia da universidade de Iowa, estudou de modo detalhado o caso de um paciente, Elliot. Sofrendo de um tumor cerebral, este foi operado com sucesso e o prognóstico revelava-se excelente. Contudo, assim não veio a acontecer: depois da operação, o paciente começou a evidenciar perturbações da personalidade que acabaram por o fazer perder o emprego e arruinaram a sua vida privada. Embora não manifestando, aparentemente, sofrer de algum sintoma, Elliot parecia ter-se tornado incapaz de agir de forma coerente. Encarregado de ler e de classificar uma série de documentos, acontecia-lhe, subitamente, mergulhar na leitura de um só desses documentos e passar assim todo o dia.