António Damásio,
diretor do departamento de neurobiologia da universidade de Iowa, estudou de
modo detalhado o caso de um paciente, Elliot. Sofrendo de um tumor cerebral,
este foi operado com sucesso e o prognóstico revelava-se excelente. Contudo,
assim não veio a acontecer: depois da operação, o paciente começou a evidenciar
perturbações da personalidade que acabaram por o fazer perder o emprego e
arruinaram a sua vida privada. Embora não manifestando, aparentemente, sofrer
de algum sintoma, Elliot parecia ter-se tornado incapaz de agir de forma
coerente. Encarregado de ler e de classificar uma série de documentos,
acontecia-lhe, subitamente, mergulhar na leitura de um só desses documentos e
passar assim todo o dia.